Refugiados congoleses relatam a violência e a corrupção na República Democrática do Congo e contam como reconstroem suas vidas em meio a violência na cidade de São Paulo
Por: Adriana Matos, Ana Beatriz Pacheco, Ana Beatriz Antunes, Giovana Lazarin, João Assis e Yasmin Coura
Giresse, um dos refugiados congoleses que sobreviveu as masmorras
Na porta do Congolinária, restaurante de comida típica congolesa localizado em Perdizes, está um jovem esguio, compenetrado em seu celular. Ao ser abordado se poderia conceder uma entrevista, fica um pouco desconfiado e responde: “Apenas se for em francês”. Após ouvir um “oui”, a figura sisuda dá lugar a um sorriso largo e uma fala com oratória própria de quem está acostumado a falar para muitas pessoas.

Kapuku Wa Kapuku Giresse, 36 anos, congolês, engenheiro agrônomo, jornalista independente e pastor, que usa Emmanuel como seu nome social, é um dos muitos refugiados congoleses no Brasil, segundo o Ministério da Justiça. Ele chegou aqui em agosto do ano passado ao escapar da perseguição política em seu país.
Giresse e seu irmão, também jornalista congolês, estavam fazendo uma série de investigações sobre as atividades do governo quando começaram a ser investigados pela agência secreta do seu país. Foram pegos e enviados para uma das temidas masmorras. Não são prisões, mas “lugares que levam as pessoas sem que a própria família saiba. São torturados e muitas vezes mortos sem deixar rastros de seu corpo”.
O refugiado congolês relata: “Eu já estava com minha morte decretada, mas um dos chefes das masmorras teve pena de nós” e assim, com a condolência e uma boa quantia de dinheiro em propina, eles escaparam de um destino terrível.
A questão humanitária no Congo
A gravidade da situação enfrentada por muitos refugiados congoleses é tão séria que o escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos alertou que durante outubro de 2024 as prisões arbitrárias foram de 48 para 68, um aumento de 40% em relação ao mês anterior. Até a mídia local como os portais Actualite.cd e Zoom Eco reportam a existência destas prisões ilegais e violentas.
Giresse fala sobre a corrupção nas estruturas políticas, públicas e a situação de violência em que se encontram seus compatriotas. Nos últimos anos os congoleses têm trabalhado, mas não recebem seus salários. Não conseguem comprar nem mesmo a comida básica do dia-a-dia. Nesta situação, muitos têm sido subornados com o dinheiro oferecido pelos movimentos rebeldes. “Os ministros do Congo têm hábitos extravagantes, como gastar milhões de dólares para dormir em um hotel na Suíça. Enquanto do outro lado, um militar recebe um salário de 100 dólares… não consegue nem pagar um aluguel direito e é enviado para as zonas de conflito para morrer. Assim, é fácil ser corrompido.”
Congo, um país repleto de riquezas naturais
O Congo é um país rico em recursos naturais desejados por países majoritariamente desenvolvidos e por isso, muitos rebeldes são apoiados por países vizinhos. A corrupção no Congo é endêmica e a desigualdade é abrupta: deputados são acusados de receberem 21 mil dólares mensais e de gastar o dinheiro com viagens e regalias; o presidente do país, Félix Tshilombo, segundo o portal digital Zoom Eco, recebe mensalmente 17 mil dólares. Em uma cotação média de abril de 2025, em reais, seriam R$ 96.670,50. A título de comparação, o atual presidente brasileiro recebe brutos R$ 46.366,19.
A maior crítica da população congolesa e das Nações Unidas recai sobre os salários exorbitantes dos políticos em contraste gritante com a realidade do país. Refugiados congoleses relatam que o cidadão comum recebe, em média, apenas entre US$ 100 e US$ 200 por mês. Essa disparidade se torna ainda mais alarmante em uma nação onde 65% da população não tem acesso à água potável, fornecimento adequado de energia elétrica ou educação de qualidade.
A exploração dos recursos naturais congoleses para benefício econômico próprio tem raízes históricas. Quando o país iniciou seu processo de independência política, a população ficou esperançosa, mas rapidamente com os golpes de Estado que vieram a seguir. Em 1960, o primeiro-ministro do Congo Belga, Patrice Lumumba, liberta o Congo da condição de colônia e funda a República Democrática do Congo. Porém, em 1961, Lumumba foi sequestrado e assassinado num golpe de Estado financiado pelos Estados Unidos, Com Mobutu Sese Seko assumindo o comando, houve uma piora significativa no país, já que várias facções foram apoiadas pelo governador.
A corrupção endêmica enfraquece a confiança dos congoleses
A corrupção é tanta que não se pode confiar nas instituições públicas da RDC. Giresse conta que perdeu seu bebê quando sua esposa foi golpeada no estômago por um jovem que a agredia porque dizia que ela estava gorda. Na Justiça, seu agressor ficou livre porque a família provavelmente pagou o juiz. “Esse jovem devia ficar cinco anos na cadeia, mas ficou apenas duas semanas… e é assim que as mulheres continuam estupradas. Elas vão à justiça, denunciam, mas logo depois você vê o agressor um mês ou antes na rua cometendo novamente as mesmas agressões”, disse ele.
Os processos coloniais e neocoloniais que além de explorar recursos naturais escravizaram os povos na região do Congo, também amontoaram em um mesmo país forçadamente etnias com conflitos históricos, sendo essas intrigas étnicas principalmente entre os tutsis e hutus, por exemplo, que ocupam a região entre RDC e Ruanda. As mazelas geradas desde a colonização resultam em grande instabilidade política mesmo após o processo de independência. Alternando poderes democráticos e autoritários no comando do país até os dias atuais, a guerra é uma realidade que parece estar longe do fim no país. Esses embates internos levam um país rico em recursos naturais à extrema pobreza.
As realidades das mulheres entre os refugiados congoleses

Sobre a violência contra as mulheres no Congo — outro ponto gravíssimo apontado pelas Organização das Nações Unidas (ONU) — a guerra tornou a violência contra mulheres parte de seu cotidiano, algumas engravidam de quem as estuprou e, em casos extremos, são brutalmente esfaqueadas até cederem ao estupro. Organizações como o Epicentre e Médicos Sem Fronteiras corroboram seu relato, registrando que, em média, atendem cerca de duas vítimas de violência sexual a cada hora na República Democrática do Congo.
De acordo com uma pesquisa realizada pela instituição Médicos Sem Fronteiras, entre os anos de 2023 e 2024, uma a cada dez mulheres entrevistadas, foram alvo de violência sexual.
Em maioria, são mulheres da área rural. Mas por quê? Nas sociedades africanas, o vínculo da mulher com a agricultura é muito forte: é a mulher que ajuda no cultivo da alimentação, na nutrição da vida.
“Desonrar a mulher é uma forma de desalojar as pessoas dos seus territórios.” disse Patrícia Teixeira Santos, historiadora e professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Formando raízes, a jornada dos refugiados congoleses para consolidar-se no novo país
Antes dos anos 2000, os refugiados congoleses costumavam ir para os Estados Unidos, para a Bélgica – que colonizou a República Democrática do Congo e para a França que conquistou a região do Congo Brazzaville, ambos têm o francês como língua oficial. Com a chegada do século 21, os principais destinos de refúgio dos congoleses dificultaram os processos de aprovação de asilo político. Por outro lado, as fronteiras do Brasil se abriram com os acordos culturais e econômicos fechados com países do continente africano.
Akani Nkoy Véronique Dinganga, 32 anos, também faz parte da comunidade de refugiados congoleses e está no Brasil há seis anos. Casada, com uma filha de três anos e grávida de mais uma menina, Véronique passou pelo processo legal de naturalização e afirma: “Sou brasileira, mas de origem do Congo”.
Ao contar sua história, a imigrante descreve como foi difícil chegar no final de 2019 e depois de uns meses ter que lidar com a pandemia da Covid-19 e o confinamento. Véronique relata como a saúde mental de todos no abrigo onde ela residia foi afetada. “Fiquei com saudade da minha família, tinha dia que eu ficava chorando, com saudades. Porque tinha muita morte. A gente ficou com a saúde mental muito abalada, posso te afirmar isso, porque a gente não estava saindo, ficamos quase cinco meses sem sair.”
As difilcudades de uma refugiada na pandemia
Véronique afirma que não foi embora do Congo devido ao conflito ou por pobreza, já que morava em uma região que não era afetada diretamente pelo conflito. “Eu não saí de lá por causa da guerra, não, porque eu ficava na cidade. A guerra está na província. Não vou mentir que dizendo que “saí de lá, porque lá tem guerra.” Mas Véronique tem consciência da situação e afirma: “No meu país, não é guerra, é genocídio.”
A congolesa conta como, desde os 19 anos, começou a viajar sozinha para diversos lugares, visitando vários países da Europa. Ela fala sobre a sua vontade de conhecer e ver outras culturas e como contribuiu para a vinda dela ao Brasil.
No Brasil, por não ter família e conhecidos em território brasileiro, a congolesa foi morar em um abrigo de imigrantes, onde ficou por dois anos. Ela conta que normalmente os imigrantes e refugiados têm o prazo de seis meses para conseguir um emprego e uma moradia própria. Mas que, por respeitar as regras e condições do abrigo, ficou lá por mais tempo. Com a ajuda dos assistentes sociais do abrigo, Véronique relata que conseguiu um emprego na área da saúde e que, mesmo que não seja a sua área de formação, continua nele até hoje.
As dificuldades para revalidação do diploma
Véronique é formada em administração e comenta como não consegue trabalhar na sua área, pois seu diploma é em francês. Ela relata sobre suas pesquisas e a dificuldade de legalizar seus documentos. “Já falei com a assistência social do meu trabalho, para me ajudar, porque não sei, não sei como posso fazer, vamos ver, sabe? Eu estou na espera, mas eu tenho tudo aqui, meu diploma, tenho tudo da faculdade, todos os meus documentos, porque não sei como as coisas passam aqui.”
Para aprender a língua portuguesa, ela conta como tentou memorizar e entender o que as pessoas falavam para já aderir à frase no seu vocabulário. Teve apoio de seus colegas de trabalho. Véronique fala como a música e a televisão também auxiliaram para o aprendizado da nova língua. “Na época da licença de maternidade da minha filha, eu fiquei assistindo novelas. Eu aprendi português, sabe? Gostava da Marília Mendonça. Eu baixava as músicas dela e fazia a tradução. Foi assim, eu aprendi muito na música dela.”
Português, uma porta para o futuro dos refugiados congoleses
Ela conta também do curso básico de português que fez pouco tempo depois que chegou ao Brasil. “Ficava revendo o curso. O curso me ajudou também, porque eu ia lembrando na prática, o que já tinha visto”.
O curso foi uma iniciativa do Instituto São José de Chambéry, onde também há outros refugiados congoleses. Foi lá que o professor João Rosa teve contato não só com Véronique, mas também com outros imigrantes e refugiados de diversos países diferentes. João conta como os seus alunos estavam focados em aprender a língua portuguesa e conseguir se consolidar no país. “Por um lado, eu ficava feliz por eles já estarem falando português, mas eu saía das aulas muito triste. Então quando eles começaram a falar e escrever em português, começaram a escrever sobre as suas histórias, o que os levou a deixar o país.”
O professor fala sobre a rede de apoio formada e o elo entre os alunos e o professor. Conta também sobre o grupo de Whatsapp que continua ativo, sempre aparecendo mensagens de bom dia, dúvidas, ajuda na oferta de emprego e muito mais. “Não existe ex-professor e nem ex-aluno. Eles serão alunos eternamente e nós seremos professores eternamente.”
Da guerra no Congo às cozinhas brasileiras

O Movimento 23 de Março (M23) é um dos principais grupos rebeldes instalados na República Democrática do Congo. A milícia originou-se em 2012 por soldados tutsis congoleses da província de Kivu do Norte do país. O grupo afirma que o governo da República Democrática do Congo não cumpriu o acordo de paz e não tentou integrar devidamente os tutsis congoleses ao Exército e à administração do país.
No início de 2025, a tentativa de tomada de território por parte do M23 obteve mais força. A cidade de Goma já foi tomada nas batalhas de expansão e no mês de março o grupo rebelde entrou nos arredores da cidade de Walikale.
Jean Pierre, sonhos de um imigrante no Brasil

Hoje na cozinha do restaurante Congolinária, Jean Pierre, 26 anos, filho de um dos muitos refugiados congoleses, saiu de Goma, uma das cidades hoje dominadas pelos rebeldes, para vir para São Paulo, dez anos atrás. Ele afirma que os rebeldes no Congo, se referindo aos grupos como o M23, são financiados por Ruanda para que ela possa vender os recursos minerais para Europa. “O plano dos rebeldes é chegar até a capital, não sei o que estão esperando, acho que um acordo com o governo.”
Jean Pierre é um congolense sorridente e gentil. Veio a convite de seu pai, que já vivia no Brasil como um dos refugiados congoleses reconhecidos pelo governo. Esse contato não durou muito. Em 2020, em plena pandemia, o pai dele morreu. O congolense tem opiniões categóricas sobre o clima político em seu país de nascença. Ruanda nega apoio ao M23 grupo rebelde da República Democrática do Congo, mas várias agências internacionais e grupos humanitários creditam a este país o financiamento destes grupos de rebeldes. Jean diz acreditar que os dois lados estão errados: Ruanda e o Congo, “Ruanda nega, mas com certeza Ruanda financia os rebeldes porque eles falam dialetos que só são falados lá e não no Congo.”
Ele também não confia nos políticos, “Os políticos só trabalham para si mesmos, não ajudam a população, essa guerra já acontece há anos. As pessoas não têm acesso às informações, não é como aqui no Brasil, elas não têm acesso a internet. E não há liberdade de imprensa porque se a pessoa falar algo ela pode ser assassinada.”
As diferentes perspectivas dos refugiados congoleses
Para Jean, que chegou ao Brasil aos 16 anos, o choque cultural foi imediato. Ele estranhou a liberdade que os alunos tinham para questionar os professores em sala de aula — algo impensável no Congo, onde, segundo ele, poderia ser fisicamente repreendido por isso. No início, falar e entender português, foi muito difícil para ele, e então recorreu ao básico, começou a jogar futebol para se adaptar e fazer amigos.
Outro contraste para Jean é o mercado de trabalho. No Brasil, ele considera que os funcionários têm direitos e são valorizados, algo muito diferente da realidade em seu país de origem. Perguntado sobre o preconceito, Jean afirma que não sente discriminação por parte da população, mas relata hostilidade por parte da polícia. O sonho de Jean é ganhar muito dinheiro e ter um passaporte brasileiro para viajar pelo mundo.
Já Giresse, que está aqui há aproximadamente 8 meses, diz que ama o Brasil, “aqui eu tenho água potável e eletricidade”, fala que se sente seguro e protegido, que confia na polícia que não o olha como suspeito como acontecia no Congo. “Se eu chegasse tarde do trabalho no Congo e encontrasse policiais, eles poderiam pegar meu dinheiro, roubar meu celular. Aqui não, se eu for abordado porque estou às 2 da manhã na rua, é só eu responder as perguntas que eles me fazem e irão me deixar ir porque sabem que não estou fazendo nada de errado.” E ainda relata a cordialidade de policiais que já o acompanharam tarde da noite no bairro da República até a porta de casa. “Meu sonho é poder rever meu irmão, minha mulher e meus 3 filhos”, conclui Giresse.
A violação de direitos humanos de refugiados e imigrantes africanos no Brasil
No programa Portas Abertas, uma iniciativa da prefeitura de São Paulo, voltada para a acolhida e integração de imigrantes e refugiados e de ensino da língua portuguesa nas escolas da Rede Municipal de Ensino, falamos com Tina Kitouka, Elvira Maniaka, Josia Murielle, Henriette, Márcia Amedo, cinco congolesas nativas do Congo Brazzaville, que teve colonização francesa, e que é vizinho da República Democrática do Congo. No início estavam apreensivas sobre o que seriam questionadas, mostraram um certo receio, mas à medida que a conversa avançava sentiam-se mais confortáveis.

Perguntamos se elas tinham vindo para o Brasil na condição de refugiadas, algumas disseram que “sim”, embora no portal Oficial do Ministério da justiça não constem registros de refugiados congoleses Brasil; outras relatam estar no país na condição de estudantes. “Para sairmos daquelas condições do nosso país e vir para o Brasil não é tão complicado, mas é necessário ter dinheiro para fazer o visto e comprar a passagem aérea, e isso é que é difícil.” Tina nos conta sobre a obtenção de visto e a condição econômica precária do seu país e dos refugiados congoleses.
Tina, a mais desenvolta do grupo e com o português mais fluente, relata sobre sua experiência nos últimos dois anos vivendo no Brasil, diz que é um país maravilhoso, com pessoas muito boas, relembra de uma professora que carinhosamente a tinha como filha. Do outro lado, também conta situações de abusos trabalhistas como a falta de pagamento do salário da irmã mais velha Elvira e de situações em que sofreu racismo abertamente, sendo chamada de “macaca”, para além da discriminação nos processos de admissão nos trabalhos. Estes casos mostram os obstáculos enfrentados pelos refugiados congoleses no Brasil.
O racismo e a xenofobia presentes no dia a dia dos refugiados congoleses
“Em uma das empresas em que fui aceita, no primeiro dia de trabalho ouvi do RH você não pode trabalhar aqui, porque aqui não é lugar para africanos. Eu não posso falar o nome dessa empresa. Fiquei muito triste, mas acredito que isso acontece porque tenho algo a aprender. Deus tem algo para me ensinar. Passei um mês em casa, não tinha dinheiro para pagar o aluguel”, afirma.
É marcante a vontade que elas têm de denunciar ambos os crimes cometidos, mas a falta de conhecimento sobre como recorrer à justiça formal é clara. Não existem portais específicos de denúncia de violência ou violação de direitos contra imigrantes e refugiados no país. As pessoas devem denunciar no mesmo portal de qualquer outra violação de direitos humanos, o “disque 100”, que é pouco divulgado. A pouca informação sobre formas de acionar as autoridades torna refugiados presa fácil para a violação de direitos no Brasil.

As agressões sofridas por Tina em seus dois anos de moradia no Brasil evidenciam uma herança dos mais de 300 anos de escravidão que ainda está profundamente enraizada na sociedade brasileira, a desumanização de vidas negras. Ela lembra de casos de violência e quebra de direitos de outros refugiados e imigrantes no país, demonstrando que as agressões que sofreu não são casos isolados, mas resultados de uma mentalidade escravista revelada nos casos de racismo contra imigrantes do continente africano.
Emocionada fala sobre o caso do vendedor ambulante senegalês, Ngange Mbaye de 34 anos, morto pela Polícia Militar em São Paulo em uma operação de apreensão de mercadorias, em abril deste ano, ela protesta: “Matar um ser humano, por nada. Se você não ama a pessoa, não dê asilo a ela.”
O que resolveria a situação no Congo?
Segundo a historiadora Patrícia Teixeira Santos seria necessária uma atuação internacional de tribunais importantes, como o Tribunal Africano, o Tribunal de Haia e sobretudo uma Organização das Nações Unidas (ONU) fortalecida para impor sanções a essa elite que está ligada a essas multinacionais. “Que infelizmente são dos países mais ricos, né? São os ligados à comunidade europeia… e existem empresas estadunidenses envolvidas nessa confusão, nessa exploração, nessa violência. Se não as empresas, são grupos paramilitares também ligados aos Estados Unidos.”
Em segundo lugar a professora vê a necessidade de um auxílio internacional para que essa sociedade civil possa se reorganizar, fazer eleições, respeitar o direito constitucional à vida das pessoas e sobretudo a atenção à área rural. “E se uma vez que já há exploração, que essa exploração possa beneficiar as populações e não tirá-las de sua terra e violentá-las. Que haja uma regulamentação do trabalho minerador, pois as condições de vida deles são as piores possíveis, né?” A pesquisadora reforça a importância de que as riquezas não sejam tiradas do Congo. “Que a sociedade congolesa, que é legítima e soberana de seu território, tenha a sua soberania respeitada.”
Dados sobre os refugiados congoleses e a migração para o Brasil



não sabia da situação do congo, a matéria muito boa e interessante!!!
Reportagem muito interessante e bem feita. Redatores excelentes!
Matéria muito bem escrita, de uma importância enorme nos de hoje em que a miséria e morte de milhares torna-se irrelevante
E importante conhecer o outro lado dos refugiados,como é difícil sobreviver despatriado.Num pais com tantas dificuldades como o Brasil.
Parabéns a equipe e que nos informou!!
Que texto importantíssimo, e super necessário não só para o momento que vivemos mas para entender sobre a história de Congo !!! Parabéns a todos pelo trabalho!!! Excelente!! 👏🏾
De fato uma situação crítica que infelizmente ainda existe neste planeta, e que é muito mais comum do que acreditamos. Reportagem excelente, com bastante informação e muito comovente. Obrigado aos jornalistas redatores por se empenharem em espalhar o que, de fato, acontece no nosso mundo.
Parabéns pelo trabalho!
Matéria de leitura obrigatória, para adquirir conhecimento desse continente tão rico .
Matéria forte e necessária! Importante dar visibilidade pra histórias como essas.
Eu já tinha uma noção sobre a situação, mas agora tenho mais riqueza de informações. Sensacional!
Artigo sensacional
Muito bom